sábado, 30 de abril de 2011

Quero falar de blues!

Quero fazer uma pequena pausa na campanha em defesa do Código Florestal Brasileiro, ainda que seja um assunto urgente e digníssimo de atenção!
Parafraseando, aqui de improviso, o professor John Keating, a defesa do nosso planeta é uma causa nobre e necessária para manter a vida. Mas música é uma das coisas pelas quais nós vivemos.


Eu tenho ouvido muito blues ultimamente.
Engraçado que, até recentemente, eu não conhecia nada de blues.
Meus pais sempre ouviram mpb (e um pouco de chanson francesa). Desde pequena eu adoro rock - rock clássico, que muita gente até considera um sub-gênero do blues. E já curtia Rolling Stones e Cream, que gravaram muito blues. Mas as poucas vezes que eu parava para ouvir blues mesmo, eu achava... meio chatinho.

gatinho envergonhado
Isso começou a mudar há uns dois anos atrás.

capa do DC Brownie and Sonny - The Giants of the BluesEu estava estudando gaita, autodidaticamente (estudo que foi interrompido há meses por tempo indeterminado, porque eu estava ficando com os lábios machucados, mas ainda espero retomar) e meu pai me deu um cd de blues que ele tinha em casa e que achava... meio chatinho.

Foi esse CD aí ao lado.

Sonny Terry e Brownie McGhee, respectivamente gaitista e violonista, fizeram muito sucesso com seu blues acústico, gravando e fazendo uma turnê atrás da outra, desde o início da parceria na década de 1940 até os anos 80. E não era pra menos:

Walk On
Brownie McGhee & Sonny Terry, final da década de 70


A partir dessa "revelação", eu comecei a me interessar mais pelo gênero e a procurar outras coisas para ouvir.

Fiquei conhecendo um pouco do trabalho de Robert Johnson, de quem todo mundo que conhece blues já ouviu falar; diz a lenda que ele vendeu a alma ao diabo em uma encruzilhada em troca da habilidade musical. Sua canção mais conhecida chama-se Crossroads, "encruzilhada" (e tem uma outra chamada Me and the Devil).
Ajudam a aumentar a lenda em torno do nome dele (além, é claro, de seu virtuosismo no violão) o fato de não se saber ao certo quando ele nasceu (há divergência entre seus documentos, mas teria sido entre 1909 e 1912) e qual a causa de sua morte prematura em 1938 (talvez envenenado por um marido ciumento). Gravou apenas 29 músicas em toda a sua vida.

Ele foi uma grande influência para muitos músicos, muitos o consideram o mais importante cantor de blues que já existiu.
Eu, no entanto, confesso que não curti muito, achei monótono, pra ficar ouvindo uma música seguida de outra.

Crossroads
Robert Johnson


Versão do Cream (vídeo de 1968, vejam o jovem Eric Clapton):


Também adoro a versão com a cantora Jonell Mosser, mas não encontrei para partilhar aqui.

Bem, passei por muitos outros artistas, até que no começo deste ano minha aventura pelo blues revelou uma verdadeira jóia e eu ganhei uma "ídola". Seu nome era Willie Mae, mas muitos só a conhecem como Big Mama Thorntom.

Willie Mae 'Big Mama' Thorntom Ela começou a cantar ainda criança na Igreja Batista, onde seu pai era ministro e sua mãe, cantora.
Iniciou sua carreira no blues em Houston, Texas, em 1948.
Infelizmente, faleceu no ano em que eu nasci, 1984, aparentemente por problemas de saúde relacionados ao alcoolismo.

Ela tinha uma voz poderosa e intensa, é uma delícia de ouvir, e também tocava gaita muito bem.
Foi ela quem gravou, originalmente, a canção Hound Dog, que ficou famosa na versão de Elvis Presley anos mais tarde. Ela também gravou um álbum com a banda de Muddy Waters, pioneiro no uso da guitarra elétrica.

Recomendo que baixem tudinho que encontrarem dela!

Summertime
Big Mama Thorntom, 1969

(Considero esta a melhor versão de todos os tempos. Me deixa toda arrepiada!)

Hound Dog (com Buddy Guy, 1965)


Elvis cantando uma versão um pouco mais acelerada de Hound Dog:


Veja mais Big Mama no YouTube:
Ball and Chain
Rock Me


Howlin' WolfAinda mais recentemente, graças ao lindo trabalho da Mara (valeu!) no blog Pintando Música, eu descobri um cara chamado Howlin' Wolf, o Lobo Uivante. E foi desses momentos "como é possível que eu nunca ouvi isso antes?!?".
Wolf, Chester Arthur Burnett na certidão de nascimento, era um cara grandalhão com uma voz rouca, voz de "Trovão", como também o chamavam. Tocava gaita e guitarra.

Howlin' Wolf, assim como outros personagens ilustres como Muddy Waters, é retratado no filme Cadillac Records, de 2008. Totalmente recomendado.
Ele rouba todas as (poucas) cenas em que aparece, com sua personalidade forte e sua convicção. E, embora fizesse pose de mau, parece que era um cara muito gentil e muito fiel a seus valores morais.
Existe um documentário sobre ele; ainda vou assistir.

Faleceu em janeiro de 1976, aos 65 anos de idade. Dizem que sua lápide foi comprada por Eric Clapton.

Eu também recomendo que não deixem passar nada dele!
Wolf e Big Mama não páram de tocar aqui em casa!

Don't Laugh at Me
Howlin' Wolf, 1964



capa do CD Let's Roll, da cantora Etta JamesE falando de Cadillac Records, outra artista retratada no filme (interpretada pela Beyoncé) é a cantora Etta James.
Não é uma das minhas cantoras favoritas, mas certamente merece estar aqui.

O filme mostra bem seu drama particular, que incluiu depressão, abuso de drogas e tentativa de suicídio. Mas esta mulher impressionante passou por tudo isso e, aos 73 anos de idade, continua lançando álbuns e se apresentando.
E sua voz emociona! Ela fala sério cada palavra.




Something's Got A Hold On Me
Etta James, 1962



Quer ouvir mais?
Visite o ótimo Pintando Música!

(E se você também gosta de blues, recomendações são bem-vindas!)

Twitaço sábado: #VocêPodeAdiar

[ATUALIZAÇÃO: até o dia da votação, ou até a votação ser adiada, o twitaço se repetirá todos os dias no mesmo horário! A partir das 15h30, esceva #VocêPodeAdiar em todas as suas postagens no twitter, e poste bastante!]

Porque o relatório foi ou está sendo reescrito e ninguém sabe o que vai para votação se o Código Florestal for votado semana que vem conforme previsto!

convocação para o twitaço relâmpago #VocêPodeAdiar
É só escrever a hashtag #VocêPodeAdiar em todas as suas mensagens no twitter amanhã, a partir das 15h30, para exigir o adiamento da votação.

O povo tem o direito de saber!
Todos têm que ser ouvidos!
De tratoraço, não!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Artigo de pesquisador da Esalq sobre Código Florestal

O Dr. Sergius Gandolfi, professor e pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), escreveu um artigo a respeito da proposta de alteração do Código Florestal que tramita na Câmara.
O artigo foi enviado para o jornal Folha de São Paulo, que se recusou a publicá-lo.

É muito importante que essas informações venham a conhecimento do público!
Os políticos estão se esforçando ao máximo para que a ciência seja ignorada na discussão do Código Florestal. Todo o país sofrerá as conseqüências.

A pedido do professor, publico aqui o texto na íntegra:

Novo Código Florestal: Crime Contra os Brasileiros
(27/04/2011)

A pretensa revisão atual do Código Florestal não nasceu do reconhecimento de que a lei atual é prejudicial ao Brasil, antes essa revisão é um esforço de parte daqueles que, tendo infringido a lei em vigor, procuram agora, ávidos, um mecanismo público para o perdão aos seus lucros indevidos e aos danos ambientais que produziram, mas que ainda pretendem assaltar o patrimônio real e permanente do Brasil, o meio ambiente de que todos nós dependemos. A questão é séria demais para o futuro do Brasil para que ela seja decidida às pressas com a “faca” posta na garganta do governo de ocasião. Ela demanda tempo, discussão pública, real envolvimento da imprensa e do cidadão urbano, que representa mais de 80% da população brasileira, que será a grande lesada com essa nova lei.

O assunto é complexo, necessitando extensa e profunda reflexão, pois longe ser um tema restrito ao campo e ao agricultor, a adequação da lei florestal representa uma oportunidade real de reduzir a degradação ambiental em curso, e de dar destinação econômica à biodiversidade única do país.

Não havendo espaço aqui para discussão de toda a equivocada proposta de novo Código Florestal, ressaltemos apenas dois dos maiores absurdos previstos, a redução pela metade da área de florestas nativas de proteção que deveria existir na maior parte das margens de rios brasileiros, e a proposta de consolidação da degradação já existente. A primeira dessas propostas significa colocar mais cultivos ainda mais próximos dos rios pequenos, e ao mesmo tempo diminuir pela metade as áreas de florestas nativas que protegem esses rios da erosão. Isso justamente nos rios com menores calhas e que por isso mesmo são os que tem maior risco de serem entupidos pela erosão que vem das áreas agrícolas. A segunda proposta é ainda pior, pois prevê que ao contrário de proteger os cursos d’ água da erosão, obrigando-se o proprietário rural a recuperar com florestas nativas as margens dos rios que está ocupando com plantios ilegais, seja possível manter para sempre esses plantios nessas áreas, tornando permanente a degradação dos rios brasileiros.

Trata-se de uma lei para degradar ainda mais o Brasil!

A nova proposta de Código Florestal, olhando apenas para os interesses do agricultor irregular, mas não para os interesses do Brasil, muda, de forma astuta, o critério de medida da largura dos rios, fazendo “encolher” os rios e conseqüentemente a largura das áreas que deveriam ter florestas nativas de proteção. Como conseqüência, essa medida reduz as florestas de proteção na maioria dos rios brasileiros. Pior, em rios com até cinco metros de largura (rios agora de largura encolhida) propõe-se reduzir criminosamente as florestas ribeirinhas, que seguram as terras vindas das áreas cultivadas (erosão) e que filtram e água que chega aos rios, de 30 para apenas 15 metros, ou seja, aumentado-se dessa forma a área agrícola em 15 metros.

Mais lucro em troca de mais degradação!

Um absurdo que, os jornais informam, o atual governo está feliz em aceitar.

Tal proposta reduzirá as matas ciliares na imensa maioria das margens dos rios brasileiros e no curso do tempo transformará em fiasco a transposição rio do São Francisco, reduzirá o tempo de vida de todos os reservatórios de abastecimento público, de todos os reservatórios de geração de energia elétrica, reduzirá o tempo de vida de todas as turbinas de geração das usinas hidroelétricas (aliás, as ações das empresas do setor vão desabar), tornará permanente a necessidade de dragagem dos portos fluviais e marítimos, reduzirá a capacidade do transporte fluvial, tornará mais difícil e caro o tratamento das águas em todas as cidades, aumentará a freqüência e a severidade das cheias em áreas rurais e urbanas, elevará o número de estradas e pontes destruídas nesses eventos, reduzirá a produção de pescado, etc.

Triste observar que o público, em geral, e os meios de comunicação, em particular, estão sendo enganados pelo discurso recorrente de que não haverá agricultura se houver respeito ao Código Florestal atual. Trata-se de fazer crer que estando à maioria dos agricultores em desacordo com a lei todos eles são iguais. Assim um produtor 1%, e outro 100% irregular, seriam nesse discurso matreiro igualados. Não, não eles são iguais! O pequeno proprietário que pressionado pela dimensão restrita do seu lote cultiva irregularmente da margem de um rio é igualado no discurso falacioso ao grande pecuarista, sojicultor ou canavieiro que, com fartura de áreas e abundância de recursos, por vontade, e não por necessidade invade as terras destinadas as matas de proteção dos rios para aí ampliar a sua fortuna.

Faz-se uma discussão pública de maneira a sugerir que na maior parte das terras agrícolas o uso indevido das áreas de preservação permanente (APPs) na margem dos rios seria uma necessidade imposta ao pequeno agricultor pela necessidade absoluta de viabilidade econômica, no entanto, a maioria das APPs irregulares não estão na mão dos pequenos! Ao contrário, cerca de 70% das terras agrícolas brasileiras estão na mão de aproximadamente 11% dos proprietários (Censo 2006), indicando que na maioria das terras brasileiras a opção pelo uso ilegal das APPS não resulta da escassez de área para produção, sendo antes uma opção deliberada pelo lucro indevido, pela apropriação indébita.

Dados da Folha de São Paulo de dias atrás permitem avaliar a dimensão do lucro indevido que a ocupação irregular pode gerar. Segundo esse jornal, neste ano a safra de milho ou soja no Paraná produzirá um lucro de muito mais de R$ 1.000,00 por hectare cultivado. Isso significa que numa propriedade de 500 hectares, com 10% de APPs de margens de rio, e na qual, apenas metade dessa área (25 hectares) está sendo hoje ilegalmente cultivada, o lucro indevido do agricultor será de R$ 25.000,00, ou seja, equivalente a um carro popular. Em contrapartida, sem matas ciliares a erosão produzida nessas terras alcançará o curso d’ água, levando sedimentos, excesso de adubos e agrotóxicos que degradarão localmente o rio, mas que ao serem parcialmente transportados pela correnteza para áreas distantes irão, por exemplo, assorear reservatórios de água, ou de geração de energia elétrica, ou portos, ou gerar cheias em áreas rurais e urbanas distantes, etc.

Concentra-se o lucro e socializa-se o prejuízo, ao se gerar maiores custos de captação e de tratamento de água, de controle da poluição hídrica, de manutenção e ou reconstrução de infraestruturas, etc.

O atual Código Florestal não é um conjunto de leis perversas e sem sentido, ao contrário, salvaguarda o interesse real do conjunto da sociedade brasileira. Em contrapartida, a maioria dos artigos a nova proposta de Código Florestal representa o atraso, e a falta de compromisso com o bem estar comum, em favor de vantagens e lucros indevidos, sobretudo para um pequeno conjunto dos grandes proprietários rurais que, se ele vier a ser aprovado, receberão anistias, não recuperarão o que degradaram, e ainda conseguirão converter áreas de proteção em áreas agrícolas. Sendo esses proprietários donos da imensa maioria das terras agrícolas brasileiras, serão eles os principais beneficiados pelas propostas de mudança do Código Florestal em discussão no Congresso, enquanto o principal prejudicado será o Brasil, que verá ser degradado o seu o patrimônio real e permanente, os seus rios, as suas cachoeiras, etc.

As diferentes causas de inadequação ao Código não devem ser anistiadas, em todos os casos deve-se reconhecer o passivo ambiental atual, mas o poder público deve dar um tratamento desigual e justo para aqueles que, por causas distintas, estão irregulares.

Deve-se imediatamente auxiliar o pequeno agricultor que invadiu incorretamente áreas marginas dos rios, com uma política pública que, através das secretarias estaduais de meio ambiente, forneça orientação técnica e mudas, para a restauração integral das florestas ribeirinhas, forçando-se à gradual desocupação dessas áreas que garantem a sobrevivência dos rios. Ao mesmo tempo eles devem receber também, das secretarias estaduais de agricultura, assistência técnica destinada a aumentar a produtividade das áreas que realmente devem ser agrícolas, e que devem prover o sustento do agricultor, e sua melhoria de vida. Dessa forma a redução de área cultivada, não se refletiria numa redução de renda, ao contrário, visaria aumentá-la pelo incremento da produtividade. Apenas para esses pequenos agricultores que estariam se regularizando, vantagens econômicas como, créditos, prazos e certificação ambiental, deveriam ser mobilizados por governos estaduais, ou pelo governo federal.

Diferentemente da proposta de novo Código Florestal que prevê a redução das áreas de proteção, consolidação da ocupação irregular das margens dos rios, levando conseqüentemente à manutenção da degradação ambiental, o uso do Código Florestal em vigor, associado a políticas públicas justas, seria suficiente para gerar proteção, produção e melhoria de qualidade de vida.

Quanto ao grande produtor irregular que abasteceu seu patrimônio particular com o lucro indevido do desrespeito à lei, esse no mínimo, deve arcar com o ônus de, em curto prazo, recuperar a floresta ribeirinha que os seus irregulares impediram de se formar, nas margens de rios que ele ocupa. Em contrapartida, ao se regularizar também ele será beneficiado, pois estará se tornando apto a certificar ambientalmente a sua produção, um mecanismo que pelo seu respeito à legislação ambiental lhe permitirá agregar valor à sua produção.

Outros tantos aspectos relevantes do Código Florestal demandam espaço para sua discussão, no entanto, é preciso no mínimo dizer que a manutenção das Reservas Legais em todas as propriedades rurais, antes de ser um obstáculo, é uma oportunidade que o Brasil não pode perder, pois permitiria imediatamente dar uso efetivo à nossa biodiversidade florestal

Governos municipais, estaduais, e federal inteligentes, veriam nessas Reservas como uma nova oportunidade de cadeias produtivas, de negócios, de distribuição de renda, e de geração de empregos, a partir de produtos que são únicos no mundo, por serem exclusivos do Brasil.

É papel desses governos e dos políticos abertos para o futuro trabalharem duro na criação de cadeias produtivas de produtos florestais produzidos em Reservas Legais, pois o agricultor poderia estar ambientalmente regular e ao mesmo tempo passar rapidamente a lucrar abastecendo o mercado interno e externo de lenha, carvão, madeira (carpintaria e movelaria), de frutas únicas no mundo (in natura ou processadas), de cosméticos, de fármacos e muitos outros produtos.

O Código Florestal é a oportunidade de recuperar passivos ambientais e de gerar um Brasil novo, com proteção e produção florestal em cada propriedade rural, de articular a lei florestal com o uso racional da biodiversidade, de geração de mais ciência, de mais tecnologia, de mais produtos, de mais crescimento.

Só não deve ser o sonho equivocado de lucrar degradando.

Sergius Gandolfi
Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal
Departamento de Ciências Biológicas
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Universidade de São Paulo

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Universidade Federal do Paraná também manifesta-se contra as alterações do Código Florestal

A Universidade Federal do Paraná aprovou hoje moção em defesa do atual Código Florestal.

"Consideramos, portanto, prematura, precipitada, inconseqüente, inconstitucional e com fraca base de argumentos científicos as propostas de mudanças nesta essencial legislação brasileira"

~ trecho da Moção em Defesa dos Rios e das Florestas do Brasil

Leia o documento na íntegra:

MOÇÃO EM DEFESA DOS RIOS E DAS FLORESTAS DO BRASIL

No ano em que se celebra o Ano Internacional das Florestas assistimos a uma das maiores catástrofes naturais de que se têm notícias no nosso litoral e em várias regiões do Brasil. Nos defrontamos com a percepção da importância estratégica que as florestas da Serra do Mar e da Planície Litorânea – a Mata Atlântica - desempenham na vida cotidiana da população do Litoral do Paraná e entendemos claramente que aqui a tragédia humana poderia ter tido dimensões muito maiores não fosse a proteção ambiental que o Código Florestal Brasileiro, nossa Carta Magna da Natureza, impõem às chamadas áreas de risco (encostas de montanhas, margens de rios, manguezais e restingas). Outrossim, temos plena ciência da importância desta lei para promover a qualidade de vida de todos os brasileiros especialmente relacionada à manutenção dos serviços ecossistêmicos e seus benefícios sociais, entre os quais a disponibilidade de recursos hídricos para abastecimento público, o controle hídrico, o controle de erosões, a segurança social territorial, a qualidade dos solos e das águas, a manutenção da biodiversidade, a regulação climática, a produção de alimentos e a conservação do modo de vida das comunidades que vivem diretamente destes recursos.

Consideramos, portanto prematura, precipitada, inconseqüente, inconstitucional e com fraca base de argumentos científicos as propostas de mudanças nesta essencial legislação brasileira lideradas pela Frente Parlamentar Agropecuária, apresentada no Projeto de Lei 5.367/09 de relatoria do Deputado Federal Aldo Rebelo. Nos alinhamos às posições da Academia Brasileira de Ciências, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Ministério do Meio Ambiente e dos diversos Movimentos Sociais em defesa do atual Código Florestal Brasileiro. A Universidade Federal do Paraná, enquanto a mais antiga instituição superior de ensino público do Brasil, símbolo do povo paranaense, referência no ensino superior do Estado e do Brasil e envolta por uma história de muitas conquistas, desde 1912 – demonstra com esta moção em defesa das florestas e dos rios do Brasil e contrária às mudanças no Código Florestal sua grande preocupação e responsabilidade social perante a comunidade paranaense e a população brasileira acreditando que qualquer proposta de alteração de uma legislação desta magnitude deve ser amplamente discutida com a sociedade para ser aprimorada em direção as tendências do século XXI em atender as necessidades para o bem comum da nação e não para atender de forma desastrosa os interesses de grupos minoritários ligados ao agronegócio. Nossa Constituição Federal é muito clara em relação a estas mudanças quando reconhece que “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-la e preservá-la para as presentes e futuras gerações”.

Reunião do Conselho Universitário da Universidade Federal do Paraná, realizada no dia 14 de abril de 2011 em Matinhos, Litoral do Paraná. A Moção foi aprovada no COUN, hoje, dia 28/04/2011 justamente o dia em que se celebra nas ruas do Brasil inteiro a defesa das florestas, dos rios e da vida.
(fonte: Movimento Com Florestas)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Breve apanhado sobre o Código Florestal

Bem, como todos que entram aqui devem estar sabendo, amanhã (28 de abril) é dia de manifestações em defesa do Código Florestal Brasileiro em várias cidades.

A lista, por enquanto, tem 9 cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Natal, Volta Redonda, Florianópolis, Salvador, Fortaleza e Piracicaba.
Se você está em uma dessas cidades, participe!

Eu tenho me esforçado para divulgar as manifestações, e alguns ruralistas têm vindo discutir comigo trazendo os mesmos velhos argumentos que vemos Aldo Rebelo e Kátia Abreu repetindo como disco riscado, e que já foram refutados por muita gente.
(sim, eu também tenho me sentido um disco riscado tendo que repetir os mesmos argumentos contrários, e também repetindo toda hora a divulgação das manifestações... e por isso peço sinceras desculpas aos meus leitores e seguidores em redes sociais)

Bom, por tudo isso, eu juntei algumas imagens para expor alguns desses argumentos contra o "novo" Código Florestal.
Desta forma, é fácil ler e lembrar na hora em que algum ruralista tentar colocar você em uma saia-justa.

Em primeiro lugar; devastar para produzir é coisa do passado.
O mundo inteiro está tentando encontrar meios de proteger o que resta dos ecossistemas, e é cada vez mais importante proteger as águas e reduzir a emissão de gases-estufa.
O "novo" Código Florestal vai contra tudo isso.
E ainda por cima, corre o risco de ser aprovado no ano eleito pela ONU para ser o "Ano Internacional das Florestas"!

o Código Florestal e o Ano Internacional das Florestas
O Brasil, com toda a sua biodiversidade e com o avanço que tem tido nas ciências, deveria ser um exemplo para o mundo, não andar para trás!

E, falando em ciência, cientistas já se manifestaram contrários à proposta de alteração do Código que tramita na Câmara.
Na última segunda-feira, a ABC e a SBPC apresentaram um amplo estudo a respeito. E o que os políticos fazem? Ignoram!
Que vergonha!

capa do livro-relatório da SBPC e ABC sobre os impactos do novo Código Florestal - políticos, não ignorem a ciência!
Mas, sabem por que os políticos ignoram?
Porque têm interesses pessoais envolvidos!

23 parlamentares cometeram crimes ambientasi
O Correio Braziliense fez um levantamento nas multas e embargos do Ibama, e descobriu que 18 parlamentares já foram autuados e multados pelo órgão (e estão enrolando na Justiça para não pagar, claro; afinal, apenas 1% das multas aplicadas pelo Ibama são quitadas!), e 12 parlamentares (alguns nomes se repetem) tiveram obras e propriedades rurais embargadas por crimes ambientais.

Eu cresci ouvindo, a vida inteira, que a legislação ambiental brasileira é a melhor do mundo, o problema é a aplicação da lei.
Pois, agora, os políticos estão querendo nivelar por baixo e tornar a lei tão ruim quanto a aplicação, para legalizar os criminosos? Que raciocínio é esse?

Alguns produtores não acreditam que a lei seja importante. Eles realmente acham, ou pelo menos querem nos convencer, que não vai ter problema nenhum desmatar e acabar com as Reservas Legais e as APPs, ao contrário do que dizem os cientistas.

Isto não é sustentável!
Perdi a conta de quantas vezes por dia eu li, nesta última semana, que é um absurdo ter que preservar 80% da área na Amazônia.

sem a floresta, a Amazônia vai virar um deserto.
A foto acima é de uma área desmatada na Amazônia


O Código Florestal atual pode não ser perfeito, mas para que ele melhore é preciso muito estudo; analisar as particularidades de cada ecossistema e de cada região, e também mudar a forma como nossa agricultura produz.
Só assim podemos ter um desenvolvimento sustentável.

Ou então, vai continuar acontecendo isto:

impactos do novo Código Florestal - Sergius Gandolfiimpactos do novo Código Florestal - Sergius Gandolfi
As duas fotos acima mostram situações que serão legalizadas com a aprovação da proposta que tramita na Câmara.
Imagens da apresentação sobre os impactos da mudança no Código Florestal, do Dr Sergius Gandolfi, da Esalq. Os slides da apresentação estão disponíveis no site da Frente Parlamentar Ambientalista.


Isto já foi um rio - é o que vai virar regra, com o novo Código Florestal
A Usina Hidrelétrica de Assis Chateaubriant não durou 10 anos funcionando. Ela parou de gerar energia, porque as APPs dos rios que a abasteciam não foram preservadas conforme manda a lei e secaram.

Sergius Gandolfi - desmatamento acaba com hidrelétrica de Assis ChateaubriantSergius Gandolfi - desmatamento acaba com hidrelétrica de Assis Chateaubriant
Imagens da apresentação do Dr Sergius Gandolfi, da Esalq.

Um argumento recorrente dos ruralistas, na verdade dois-em-um, repetido à exaustão pelo Aldo Rebelo, é que nós precisamos aumentar a área de produção para podermos competir no mercado internacional com países europeus e os Estados Unidos, que, segundo a lógica deles, já teriam destruído todas as suas florestas.

Aldo Rebelo: mentiroso e cara-de-pau
Ah, para quem leu esta postagem, este argumento ruralista não vai se sustentar nem por um minuto!

A Alemanha tem um terço do território coberto por vegetação nativa, é 20 vezes menor que o Brasil e exporta mais produtos agrícolas
E isso foi só pra dar um exemplo.
Ok, 20 vezes é um arredondamento... na verdade, cabem umas 23 ou 24 Alemanhas dentro do Brasil.

a Floresta Negra, na Alemanha. Foto de Rainer SturmLago Tittisee, na Floresta Negra, Alemanha
Paisagens da região da Floresta Negra, na Alemanha. A foto à esquerda é de Rainer Sturm / pixelio.de


Além de tudo isso, podemos dizer que o "novo" Código Florestal é inconstitucional. O poder público tem o dever de preservar o meio ambiente:

O novo Código Florestal é inconstitucional. O poder público tem o dever de preservar o meio ambiente!
Porque as matas, as águas, o ar que respiramos, os animais, não pertencem a ninguém. Pertencem a todos nós, e nossa vida depende deles.

A Terra Vista do Alto: as florestas são de toda a humanidade!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Cientistas apresentam estudo sobre Código Florestal

Esta tarde, em Brasília, a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader; o engenheiro agrônomo Elibio Rech, da Embrapa, representando a Academia Brasileira de Ciências (ABC); o diretor da SBPC, José Antonio Aleixo da Silva; e o agrônomo Antonio Donato Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPA), deram uma entrevista coletiva.

A ocasião foi a divulgação de um relatório sobre o Código Florestal, fruto de quase um ano de trabalho, na forma de um livro intitulado "O Código Florestal e a Ciência, Contribuições para o Diálogo".

Em resumo, os cientistas condenam o relatório de Aldo Rebelo, e pedem o adiamento da votação por dois anos para que se possa "propor uma lei moderna, e não uma que já se sabe estar errada".

"O projeto não pode ir a votação agora, não vai ser bom para o Brasil,
e a ciência não está calada"

~ Helena Nader, presidente da SBPC

Um dos pontos realçados no relatório é a redução das Áreas de Proteção Permanente (APPs), atualmente de 30 metros, às margens dos rios mais estreitos. Os cientistas apontam que, somadas, as APPs representam apenas 7% da extensão das propriedades rurais do Brasil.

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), confirmou a votação do projeto nos dias 3 e 4 de maio como estava previsto, e afirmou que mudará a data de votação apenas se houver um movimento majoritário pelo adiamento.

Clique na imagem para abrir ou salvar o livro em .pdf:

livro O Código Florestal e a Ciência; relatório dos cientistas da ABC e SBPC sobre a PL 1876/99

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Chegou a hora de se levantar! Mobilização nacional contra alteração no Código Florestal!

[ATUALIZAÇÃO: veja o que aconteceu depois]

Os dias 28, 29 e 30 de abril são dias de mobilização nacional contra o substitutivo à PL 1876/99, proposta absurda de flexibilização do Código Florestal Brasileiro que está para ser votada na Câmara e representa uma ameaça à nossa fauna e flora, e também aos nossos recursos hídricos!
Ocorrerão ações em dezenas de cidades!

São Paulo (SP): a manifestação acontecerá dia 28/04, com concentração às 11hs, nas escadarias da Catedral da Sé, no centro da cidade.

Rio de Janeiro (SP): dia 28/04, concentração às 10hs, na escadaria da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

Volta Redonda (RJ): dia 28/04, concentração às 17hs na Praça Brasil

(os organizadores pedem para confirmar presença através do e-mail educa.matatlantica@gmail.com).

Curitiba (PR): dia 28/04, concentração às 16hs na Praça Santos Andrade.

Natal (RN): dia 28/04, concentração às 15hs na Av. Rio Branco, esquina com a Rua João Pessoa, Praça Kennedy.

Florianópolis (SC): dia 28/04, concentração às 12hs na Esquina Democrática (Rua Felipe Schmidt, esquina com a Rua Deodoro), Centro.

Outros, que só fora divulgados pelo SOS Florestas, e na noite do dia 27 (será que eles pretendem divulgar por telepatia? Bom, se você estiver por lá, apareça!):

Salvador (BA): 28/04, às 16h em Campo Grande.

Fortaleza (CE): 28/04, às 16h30 na Av. Visconde de Rio Branco, 3900, em frente à Sede do Ibama.

Piracicaba (SP): 28/04. A passeata se concentrará na ESALQ, passará pela Câmara de Vereadores e se encerrará na Praça José Bonifácio (horário?)



Para quem é de Brasília: por enquanto, não ouvi falar de nada. Mas é pura falta de organização, não falta interesse; tantas pessoas já me perguntaram se não vai ter por lá que, se só essas pessoas resolvessem ir até a Câmara com um amigo/colega/parente e levando um cartaz, já ia dar pra fazer algum barulho...

Você sabe de mais alguma cidade? Me avise, para eu acrescentar à lista!


E, mesmo se não puder ir por algum motivo qualquer, por favor,


DIVULGUE!


Você trabalha? Estuda? Escreva a data e local numa cartolina e deixe num mural ou na parede para que todos vejam!
Avise seus colegas e amigos, escreva no seu twitter e facebook! Não deixe para a última hora!!!

cartaz de divulgação da manifestação em defesa do Código Florestal Brasileiro, dia 20 de abril em Curitiba
cartaz de divulgação da manifestação em defesa do Código Florestal Brasileiro, dia 20 de abril no Rio de Janeirocartaz de divulgação da manifestação em defesa do Código Florestal Brasileiro, dia 20 de abril no Rio de Janeiro

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Saiba quem será beneficiado pela mudança no Código Florestal

Nada como políticos atuando em causa própria ao invés de defenderem os interesses nacionais...

Esqueça aqueles números inventados de produtores na ilegalidade, que os ruralistas apresentam para justificar uma "necessidade urgente" de aprovação do Código Florestal.
(como se, mesmo que realmente houvesse 90% ou 99% de produtores na ilegalidade, isso fosse uma justificativa lógica para mudar a lei sem discutir se ela é importante ou não!)
Sabe quem vai se beneficiar da mudança?
18 parlamentares que foram autuados pelo Ibama por crimes ambientais!

São 15 deputados e 3 senadores. Segundo o Correio Braziliense, os terrenos devastados ou que deixaram de ser restaurados por parlamentares somam 4070 hectares.

deputado Paulo Cesar Justo Quartiero: extensa ficha que não se resume a crimes ambientaisDentre os autuados está a senadora Kátia Abreu (PSD, ex-DEM - TO), que não pára de fazer lobby pelo projeto.
O recordista, com cinco autos de infração, é o deputado Paulo Cesar Justo Quartiero (DEM - RR), que responde também a seis ações penais na Justiça Federal de Roraima, duas delas envolvendo seqüestro, cárcere privado e roubo.

Entendeu porque está havendo tanta pressão para que a proposta seja votada?

ativista do Greenpeace presta homenagem à senadora Kátia Abreusenadora Kátia Abreu recebe o prêmio Motosserra de Ouro de ativista do Greenpeace
Greenpeace homenageando a senadora Kátia Abreu em duas ocasiões: em 2008 por causa da MP 458 (que regularizou terras ocupadas na Amazônia Legal) e em 2010 pelo apoio ao substitutivo à PL 1876 (proposta de alteração do Código Florestal que tramita na Câmara)



Confira a lista de parlamentares defensores das alterações do Código Florestal que foram multados pelo Ibama:

Na Câmara
- Augusto Coutinho (DEM - PE): uma notificação e dois autos de infração
- Eduardo Gomes (PSDB - TO): dois autos de infração
- Giovanni Queiroz (PDT - PA): dois autos de infração e uma notificação
- Hélio Santos (PSDB - MA): um auto de infração
- Iracema Portella (PP - PI): um auto de infração
- Júnior Coimbra (PMDB - TO): dois autos de infração
- Lira Maia (DEM - PA): um auto de infração
- Márcio Bittar (PSDB - AC): um auto de infração
- Marcos Medrado (PDT - BA): dois autos de infração
- Moreira Mendes (PPS - RO): um auto de infração
- Nelson Marchezelli (PTB - SP): um auto de infração
- Paulo César Quartiero (DEM - RR): cinco autos de infração
- Raul Lima (PP - RR): um auto de infração
- Reinaldo Azambuja (PSDB - MS): um auto de infração
- Sandro Mabel (PR - GO): um auto de infração e uma notificação

No Senado
- Ivo Cassol (PP - RO): quatro autos de infração
- Kátia Abreu (PSD - TO): um auto de infração
- Renan Calheiros (PMDB -AL): um auto de infração

*~*~*~*~*~*~*~*

As informações acima foram obtidas em um levantamento nas multas do Ibama.
Um novo levantamento do Correio Braziliense, desta vez na relação de áreas embargadas pelo Ibama, mostra que a situação é ainda mais grave para 12 parlamentares (9 deputados e 3 senadores) integrantes da bancada ruralista: eles tiveram obras e propriedades rurais embargadas por crimes ambientais e estão proibidos de desenvolver qualquer tipo de atividade nestas áreas.

Dentre os deputados que sofreram a punição está - ora vejam só, que coincidência! - Irajá Abreu (ex-DEM, agora PSD - TO), filho da senadora Kátia Abreu (idem).
(Irajá, aliás, também parece ser uma pessoa "maravilhosa". Ele é titular da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, onde atua como lobista. Ele já foi autuado, em Palmas, por desacatar policiais militares, após ser multado por se recusar a retirar o carro de um estacionamento privativo de táxis. "Quem é você para me pedir documentação?", foi a reação do deputado ao PM que o interpelou.)
A bancada de Tocantins tem a maior quantidade de parlamentares com áreas embargadas.

O deputado que mais perdeu áreas - outra coincidência! - é Paulo Cesar Justo Quartiero (DEM-RR): cinco embargos em vigência.
(Quem vota nesse cara?!?)

Mas são poucos os parlamentares que admitem ter provocado danos ambientais.
Dentre eles, o deputado Agnolin (PDT-TO), que teve duas áreas embargadas pelo Ibama, uma delas referente a um loteamento executado em Palmas, capital de Tocantins, sem licença ambiental, afirmou por meio da assessoria de imprensa: "Estou me adequando à decisão judicial de demolir as obras indevidamente realizadas e reparando os danos provocados por construções às margens do Lago de Lajeado".

Parlamentares com áreas embargadas por crimes ambientais:
(vejam no Correio Braziliense as razões, e o que dizem os parlamentares a respeito)

DEPUTADOS
- Agnolin (PDT - TO)
- Paulo Cesar Quartiero (DEM - RR)
- Irajá Abreu (PSD - TO)
- Reinaldo Azambuja (PSDB - MS)
- Roberto Dorner (PP - MT)
- Augusto Coutinho (DEM - PE)
- Eduardo Gomes (PSDB - TO)
- Iracema Portella (PP - PI)
- Marcos Medrado (PDT - BA)

SENADORES
- Ivo Cassol (PP - RO)
- Jayme Campos (DEM - MT)
- João Ribeiro (PR - TO)

Ser diferente é normal!



Vídeo lindo do Instituto MetaSocial, entidade sem fins lucrativos que "trabalha há mais de 17 anos desenvolvendo ações junto à mídia para promover a inclusão social. A idéia é mostrar de forma positiva, alegre e colorida as potencialidades de todas as pessoas, independente de suas limitações, levando a sociedade a ver que todas as pessoas possuem o mesmo valor humano e por isso merecem ser tratadas com respeito e dignidade" (texto do site oficial do Instituto).

esquema mostrando e trissomia 21, principal causa da Síndrome de DownA Síndrome de Down foi descrita em 1862 pelo médico britânico John Langdon Down, e hoje sabe-se que a principal causa (95% dos casos) é a trissomia dos cromossomos 21 (ao invés de ter dois cromossomos no par que nós denominamos 21, o indivíduo tem três). Por isso, o dia 21/03 foi escolhido para ser o Dia Internacional da Síndrome de Down.

O indivíduo é portador da síndrome desde o momento da concepção. Não é uma doença que se possa pegar ou transmitir.

A síndrome está associada a uma série de características, dentre elas deficiências cognitivas, cardiopatias congênitas e hipotireoidismo. Estas características não estão necessariamente presentes em todos os portadores da síndrome, e podem ocorrer em vários graus.

A expectativa de vida de pessoas com Síndrome de Down era de 12 a 15 anos em 1947, e quarenta anos depois havia subido para 50 anos. Atualmente, é cada vez mais comum portadores da síndrome chegarem aos 70 anos.

Antigamente, costumavam ser mantidas longe do convívio social, o que tornava ainda mais difícil o seu desenvolvimento intelectual e motor. Não se acreditava que tivessem potencial para que tivessem uma vida independente - às vezes, nem que pudessem ser alfabetizadas. Felizmente, esta situação está mudando, e torna-se cada vez mais comum ver pessoas como a atriz Paula Werneck, retratada no vídeo: trabalhando, estudando, tendo uma vida social ativa e mesmo vivendo sozinhas, se casando e cursando a universidade.

pessoas com Síndrome de Down podem, sim, trabalhar e ter uma vida plena e feliz
A moral da história e do vídeo é: ter Síndrome de Down pode fazer parte de uma pessoa - como gostar de música, tocar bateria - mas não deixe que isso defina a imagem que você tem dela!
(nem ter outra deficiência qualquer, ou ser mulher, ou ser homossexual, ou ser negro, ou ter cabelo curto ou comprido...)
Porque ninguém é igual a ninguém, mesmo.

Paulistanos que encontraram um jeitinho pra escapar do trânsito

Reportagem do Jornal da Record:


Por ano, são vendidas 5,5 milhões e meio de bicicletas no país.
Uma pesquisa feita pelo metrô de São Paulo revelou que 70% das viagens de bicicleta na cidade são a trabalho. Se contarmos outras atividades do dia a dia, como ir para a escola, fazer compras ou ir ao dentista, o índice sobe para 96%. O uso da bicicleta para o lazer, como pedalar em parques, representa apenas 4% das viagens.

Liberte-se do trânsito! Compre uma bicicleta!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Mulheres no esporte

elas são jogadoras de futebol, mas... quem se importa?O Santos está lançando um calendário 2012, para comemorar o centenário do clube e promover seu time de futebol feminino (apelidado de "Sereias da Vila").

A autora do blog Escreva, Lola, Escreva dedicou uma postagem ao assunto, e eu recomendo muito que ela seja lida.


A questão gera polêmica.
Enquanto a maioria dos comentários que li se resume à aparência das jogadoras, algumas pessoas criticam sua atitude, dizendo que elas deveriam se preocupar em chamar a atenção por seu talento no esporte, como a atacante Marta, que foi eleita a melhor jogadora do mundo.
Mas será que isso é assim, tão simples? Será que podemos julgá-las tão facilmente?
Será que é tão fácil para as jogadoras, no Brasil, serem reconhecidas pelo seu talento, como são jogadores do sexo masculino?

O fato é que mulheres que assumem profissões tradicionalmente masculinas ainda precisam provar o tempo todo seu talento, mais do que os homens, para que ele seja reconhecido.
Quem já tinha ouvido falar na Marta, antes de ela ser eleita a melhor jogadora do mundo, levante a mão!

Marta, a melhor jogadora de futebol do mundo
Entre 26 de junho a 17 de julho deste ano acontece a Copa do Mundo de Futebol Feminino.
Você estava sabendo?
Será que alguma emissora irá interromper sua programação normal para transmitir os jogos?

Ainda por cima, além da pressão constante para provar sua capacidade, elas ainda precisam provar constantemente sua feminilidade.
(e esse é o argumento das próprias jogadoras do Santos para justificar a participação no calendário)

Por que, no país do futebol, membros de um time de futebol feminino ainda precisam tirar a roupa para que se fale delas?

Por que se considera normal que os esportistas do sexo masculino sejam celebrados na mídia por serem bons no que fazem, enquanto as mulheres esportistas só são celebradas por seu valor decorativo?

o tenista Roger Federer na capa da revista Sports Illustrateda tenista Anna Kournikova na capa da revista Sports Illustrated
A mesma revista tem padrões diferentes para esportistas do sexo feminino e esportistas do sexo masculino

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Adeus às armas?

Um homem perturbado entrou em uma escola municipal no Rio de Janeiro, matou dez meninas e dois meninos, e se suicidou após ser atingido por um policial.

O caso suscitou muitas discussões pelo país.
Comparações com o caso da escola de Columbine, nos EUA, em 1999 levaram a (necessários) debates sobre bullying e sobre segurança nas escolas.

homenagem às vítimas da tragédia no Realengo no show do U2 no Morumbi, dia 09/04/2011 - foto de Renato Luiz Ferreira/AEMenos atenção tem sido dada ao aspecto de crime de ódio, expresso nos números de vítimas e nos depoimentos de testemunhas.
(os nomes de algumas das vítimas podem ser vistos na foto ao lado, da homenagem feita pelo U2 durante o show no Morumbi no dia 09/04)
O assassino não foi à escola para matar crianças.
Foi matar especificamente meninas.


Uma das coisas que mais estão dando o que falar é a ressurreição da discussão sobre o desarmamento.
O revólver 38 que foi disparado contra as crianças era, originalmente, uma arma legal, comprada há 18 anos e, posteriormente, roubada.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), apresentou ontem o projeto de realização de um novo plebiscito sobre o desarmamento (houve um referendo sobre o mesmo assunto em 2005), a ser realizado no dia 02 de outubro deste ano.
A pergunta do plebiscito seria "O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?"

Em 2005, 60% da população votou contra a proibição.
Sarney acredita que "a população foi induzida ao erro", pois "o que se nota é que a venda de armas torna o cidadão ainda mais vulnerável. E não seguro".
"A sociedade muda. O que estamos vivendo hoje não é o que vivíamos há alguns anos. Precisamos repensar o que foi decidido."
A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, apoia a proposta.

argumentos estúpidos na campanha contra o desarmamentoNa realização do referendo de 2005, foram gastos 5,7 milhões de reais na campanha contra o desarmamento, quase toda patrocinada por empresas de armamentos. A Taurus doou R$ 2,8 milhões e a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), outros R$ 2,7 milhões.
A campanha pelo fim do comércio gastou R$ 2,2 milhões.

Gostaria de declarar que sou contra o comércio de armas de fogo e sou favorável à realização de um novo plebiscito.
Não sei se o episódio fez uma parcela significativa da população mudar de opinião, mas acredito que a opinião de muitas pessoas tenha sido manipulada na época do referendo pelo lobby dos fabricantes de armas e pela forte campanha contra o desarmamento feita por veículos de [des]informação como a revista Veja e a Rede Globo.

A proibição do comércio de armas não vai acabar com o comércio ilegal.
Mas vai reduzir a entrada de armas, antes legais, no mercado ilegal. Como foi o caso da arma usada na escola do Realengo.
Nem toda arma no mercado ilegal entrou em circulação ilegalmente. Quem tem controle sobre o paradeiro de uma arma na casa, carro ou bolsa de alguém?

E armas adquiridas legalmente não se tornam menos perigosas!
Eu não quero que você tenha uma arma em casa se meu filho for amigo do seu filho e for brincar na sua casa. Eu não quero que você tenha uma arma em casa e ela seja roubada por bandidos. Eu não quero que você tenha uma arma e seu filho ou sobrinho adolescente vítima de bullying um dia resolva levá-la para a escola para "se defender" ds colegas que o maltratam, ou utilize-a para cometer suicídio (óbvio que pessoas cometem suicídio sem ter armas, mas conheço pessoalmente casos de adolescentes que se mataram com a arma dos pais. E não conheci pessoalmente ninguém que tenha se matado de outra maneira, mas conheço gente que tentou, não deu certo, e hoje são felizes por não ter funcionado). Eu não quero que você tenha uma arma em casa e corra o risco de um dia decidir usá-la (você, ou sua esposa, seu irmão, seu pai, seu filho...) quando tiver uma briga no trânsito ou ou uma crise de ciúmes.

"Armas não matam pessoas. Pessoas matam pessoas."
É verdade.
As armas apenas tornam isso infinitamente mais fácil.

Armas não sevem para proteger. Armas servem para matar.
E eu não acredito que o "cidadão comum" seja capaz de lidar com o poder imediato de vida e morte que uma arma proporciona.
"Boa parte dos homicídios não são cometidos durante assaltos. Na maioria das vezes eles ocorrem em decorrência de brigas e do consumo de álcool e drogas. A ausência de armas em situações como esta reduziram as mortes em 80%"
~ Paulo de Tarso Andrade (Economista)
porte de armaCarolina Daemon (praticante de tiro, acho que vale a pena acrescentar este detalhe) escreveu sobre o desarmamento em seu blog.
Ela menciona uma simulação de roubo doméstico, feita há alguns anos, onde militares treinados ("divisões de elite", não o "batalhão do quartel da esquina") e civis com porte de armas seriam os moradores de uma residência invadida.
O resultado: nenhum civil que sacou sua arma da mesinha de cabeceira "sobreviveu" a um ataque inesperado de um bandido armado.
"Sou bom atirador e, mesmo assim, fui ferido em assalto e vi minha mulher ser morta ao meu lado"
~ Ney Suassuna (ex-senador)
Ter uma arma não traz segurança para ninguém. Apenas reduz a segurança de todos.


O projeto do plebiscito ainda tem um longo caminho a percorrer.
Para começar a tramitar, ele precisa de 27 assinaturas, que estão sendo recolhidas. Será, então, votado no Senado, e se aprovado ainda terá de passar por duas comissões na Câmara antes de ser votado pelos deputados.
O deputado Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara, já declarou ser contra a proposta.

Para o líder do DEM, Demóstenes Torres, o plebiscito é um erro e não vai resolver o problema da violência: "A questão não é tirar a arma do homem de bem, mas impedir que ela chegue às mãos do marginal. É nisso que o governo deve se empenhar".

Eu estou com a mente um pouco tendenciosa ultimamente, e essas palavras me lembraram um vídeo que, felizmente, encontrei para compartilhar com vocês. Ele começa mostrando uma fala do ator e notório defensor das armas de fogo Charlton Heston (quem assistiu Tiros em Columbine, de Michael Moore, se lembra dele):
"Não há armas boas, não há armas ruins.
Uma arma nas mãos de um homem mau é uma coisa ruim.
Uma arma nas mãos de um homem bom não é uma ameaça para ninguém, exceto pessoas más."
Em qual categoria será que se encaixa essa garotinha?

U2 - Bullet the Blue Sky
Live from Boston, 2001

Sejamos gays. Juntos.

campanha Eu Sou Gay está fazendo sucesso no twitterAtendendo ao convite da autora, a jornalista Carol Almeida, e dando ctrl C + ctrl V:
Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Tarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.

Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.

Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.

E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.

Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.

Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?

Quero então compartilhar essa ideia com todos.

Sejamos gays.

Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY

Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:

1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY

2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com

3) E só :-)

Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.

A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.

Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.

As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.

Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: "Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça." Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.

— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sem palavras

Não sei o que dizer pra vocês, não tenho palavras para descrever.

Só sei que minha amiga e eu chegamos à mesma conclusão: são momentos assim que fazem a vida valer a pena.

O setlist teve várias surpresas, tanto no sábado quanto no domingo. A começar pela primeira música, que foi Even Better than the Real Thing, do álbum Achtung Baby.
No domingo foi incluída a canção Zooropa, primeira faixa do álbum de mesmo título que, segundo o site U2.com, não era tocada ao vivo desde o ano de lançamento do álbum, 1993 (!).

Tá, Zooropa não foi tão surpreendente para pessoas ansiosas como eu que ficaram acompanhando as notícias sobre a passagem de som, mas mesmo assim foi legal! :-)
E teve músicas na passagem de som que não foram tocadas - ainda.


E no sábado houve Stuck in a Moment You can't Get Out Of em versão acústica, em homenagem a Julian Lennon que fazia aniversário.
Nossa, como eu chorei nessa hora!



Ainda choro assistindo o vídeo!

Gostaria de poder ir novamente na quarta-feira... mas não posso pagar.
Para quem também vai ficar em casa enquanto 90 mil pessoas se divertem no estádio, o áudio do show será transmitido ao vivo no Terra a partir das 21h30.

But I still haven't found what I'm looking for...

terça-feira, 5 de abril de 2011

MARCHA EM DEFESA DO CÓDIGO FLORESTAL QUNTA-FEIRA 07/04

Trecho de texto de Oswaldo Braga de Souza, publicado hoje no Instituto Socioambiental

Ambientalistas e movimentos sociais marcham contra agrotóxicos e em defesa do Código Florestal, na quinta-feira

Mobilização torna pública posição de agricultores familiares e trabalhadores rurais contra proposta ruralista para alterar Código Florestal. Também marca aliança entre movimentos do campo e da cidade e ambientalistas em defesa do meio ambiente

Na próxima quinta-feira (7/4), Dia Mundial da Saúde, movimentos sociais e organizações ambientalistas realizam uma marcha em Brasília para lançar a Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida e protestar contra o projeto do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) de alteração do Código Florestal, que é apoiado pelos ruralistas. A mobilização também defende a Reforma Agrária.

A marcha sairá do pavilhão de exposições do Parque da Cidade, às 7h. A previsão é que chegue às 9h à frente do Congresso Nacional, onde ocorrerá um ato público.

A manifestação reúne entidades como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Instituto Socioambiental (ISA), Greenpeace, SOS Mata Atlântica, Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), entre outros.

A mobilização torna pública a posição de trabalhadores e trabalhadoras rurais, agricultores e agricultoras familiares contra as propostas ruralistas de alteração do Código Florestal. Marca ainda a formação de um grande arco de alianças entre movimentos sociais do campo e da cidade e organizações ambientalistas em favor de uma agricultura que conviva de forma responsável com o meio ambiente.

A marcha de quinta-feira contrapõe-se à manifestação que está sendo promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), hoje em Brasília, em defesa do projeto de Aldo Rebelo. A entidade, que é a principal representante dos ruralistas, vem insistindo que o conjunto da agricultura familiar apoiaria o projeto, o que não é verdade.

Também na quinta, às 9h30, a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados promove uma audiência pública sobre agrotóxicos e saúde dos trabalhadores e trabalhadoras. O evento ocorre no plenário 7 do Anexo II. Foram convidados representantes da Via Campesina e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Serviço
Evento:
Marcha contra os agrotóxicos, em defesa do Código Florestal e da reforma agrária
Data: Quinta-feira, 7 de abril
Local: A marcha sairá do Parque da Cidade, percorrendo a Esplanada dos Ministérios até chegar ao Congresso Nacional – Brasília (DF)
Horário: A partir das 7h

Contatos (assessoria de comunicação):
Oswaldo Braga de Souza (ISA) – (61) 3035-5104 / 9103-2127 / oswaldo@socioambiental.org
Mayrá Lima (MST) - (61) 9684-6534 / mayra@bsb.mst.org.br
Turma da Mônica defende o Código Florestal

domingo, 3 de abril de 2011

Quatro de abril de 1968

O pastor protestante e ativista Martin Luther King Jr., 39 anos, é assassinado com um tiro na varanda de seu quarto no hotel Lorraine em Memphis, Tennesse, EUA.

Ele foi um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, baseado nos ideais de desobediência civil e não-violência de Gandhi.

Em 1964, ele tornou-se o mais jovem laureado com o prêmio Nobel da Paz.

Martin Luther King Jr (15 de janeiro de 1929 - 04 de abril de 1968)
Veja, na íntegra e com legendas, seu mais famoso discurso, intitulado "Eu tenho um sonho", proferido em 1963.

Parte 1:


Parte 2: