quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

História sendo escrita!

Informações atualizadas (11/02 às 14h30) ao final da postagem

Manifestações populares contra as ditaduras crescem no Oriente Médio, impulsionadas pela mobilização de jovens que sofrem com o desemprego (e que nunca conheceram outra forma de governo).

O início de tudo foi um movimento pacífico na Tunísia - a Revolução do Jasmim - que derrubou uma ditadura de 30 anos e o poder de verdadeiros bandidos (leia a ótima reportagem da Carta Capital, Perfume de Jasmim, publicada em 21 de janeiro).

Só o tempo vai dizer o que vai acontecer com esses países, mas quem está fazendo isso tudo acontecer é o povo.
E não são grupos políticos ou facções religiosas. Grupos diversos (religiosos, laicos, homens, mulheres, velhos, jovens...) se uniram para que isso fosse possível.
(vamos torcer para que, após a queda do inimigo comum, haja diálogo entre os diferentes grupos)
Neste momento, parece que tudo é possível. É muito empolgante ver as imagens das manifestações egípcias!

cartaz contra a ditadura, que durou mais de vinte anos no Brasil
A foto acima foi tirada no Brasil há algumas décadas.
A foto abaixo foi tirada no Egito há alguns dias.


manifestações contra a ditadura no Egito
Foto de Mohammed Abed (AFP), tirada em 25/01/2011


o ditador egípcio Hosni Mubarak, que deve renunciar ainda hojeApós 17 dias de protestos, o "presidente" egípcio Hosni Mubarak, no poder há 30 anos, fará um pronunciamento à nação esta noite, e é esperado que estes sejam seus últimos momentos no poder.
Diversas fontes afirmam que ele anunciará a transferência do poder ao vice, Omar Suleiman.

Embora a renúncia do ditador seja uma vitória, não sejamos precipitados.
Uma grande passeata está prevista para amanhã, agora reinvindicando a renúncia de Suleiman.
Embora tenha prometido avanços, como a retirada de leis de emergência (como as restrições à imprensa), Suleiman é um militar associado diretamente aos abusos de poder do atual regime, incluindo prisões e torturas.
O Egito não terá paz até ter democracia.

Um abaixo-assinado de solidariedade com o povo egípcio foi organizado pelo Avaaz e já tem mais de meio milhão de assinaturas.

Viva a liberdade!

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Atualização (11/02):
Ao invés de renunciar ontem, Mubarak afirmou que pretende ficar no poder até setembro, quando teoricamente acontecerão eleições. Ele também disse que transmitiu poderes ao vice, Suleiman, mas não ficou claro que "poderes" são esses.
Hoje pela manhã, havia boatos de que Mubarak tenha deixado o Cairo.
Agora, às 14h30, o vice confirmou que Mubarak renunciou e deixou a capital.

Informações do twitter da BBCBrasil:

Milhares de manifestantes reunidos na praça Tahrir, no centro da cidade do Cairo, comemoram a renúncia do presidente Hosni Mubarak.

O vice do Egito afirmou "Cidadãos, durante as circunstâncias difíceis pelas quais o Egito passa, o presidente decidiu deixar o cargo".

De acordo com a Constituição do Egito, se o presidente renuncia, o presidente do Congresso assume temporariamente a Presidência.

A Carta egípcia também determina que um novo presidente deve ser escolhido em um período máximo de 60 dias.

Não está claro se a Constituição será seguida, agora que uma junta militar está encarregada de liderar o país

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