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Quinta-feira (27 de maio), as notícias eram otimistas.
Parecia que a operação “top kill” da BP, que consistiu em bombear fluidos pesados, lodo e cimento no tubo de onde o petróleo está vazando, estava sendo um sucesso.
Entretanto, no último sábado (29/05), a BP admitiu que a operação fracassou, assim como as anteriores.
O plano de instalação de uma cúpula também falhou, devido a cristais de gelo que impediram sua colocação, e a utilização de um tubo para capturar o petróleo que vaza do poço também não funcionou.
Neste sábado, a BP também começou a jogar uma mistura de bolas de golfe velhas, pedaços de pneus e cordas no poço de petróleo rompido, tentando entupi-lo.
O vazamento, a 1500m de profundidade, já dura mais de 40 dias e está despejando por volta de 20 mil galões de petróleo no mar diariamente.
O presidente Barack Obama prometeu na sexta-feira (29) triplicar o número de pessoas que trabalham nas operações de contenção do vazamento, atualmente em mais de 20 mil civis e 1,4 mil membros da Guarda Nacional.
A nova operação da BP para conter o vazamento, já iniciada, é arriscada.
Ela envolve a remoção de um tubo de perfuração quebrado, a instalação de um sifão na válvula existente para conduzir o petróleo para a superfície, e a colocação de uma tampa no poço.
A retirada do tubo poderá provocar um fluxo mais violento de petróleo. Segundo Carol Browner, consultora de energia e mudanças climáticas da Casa Branca, o fluxo de petróleo poderá aumentar em 20% antes que a nova tampa seja colocada sobre o poço.
Os funcionários da BP afirmaram que o procedimento poderia demorar até uma semana para ser realizado, e que não podem garantir que o método, nunca utilizado em profundidades tão grandes, terá sucesso.
Apesar dessa nova tentativa, cresce a impressão de que a maré negra continuará até o mês de agosto, data em que deverão ficar prontas duas tubulações de drenagem que a BP está escavando próximo ao local do vazamento. Browner reconhece que é muito possível que o petróleo "continue saindo do poço até agosto e (até) a construção de poços secundários".
As conseqüências do derramamento de petróleo ainda podem apenas ser imaginadas, mas alguns efeitos já se tornam evidentes.
22 golfinhos e quase 40 tartarugas já foram encontrados mortos na zona de derramamento. Ainda não foi confirmado que a causa das mortes foi o petróleo, mas o próprio Departamento de Pesca dos Estados Unidos lançou um guia sobre os efeitos que o derramamento pode ter sobre mamíferos aquáticos.
Cientistas afirmam ter encontrado pelo menos duas enormes manchas submarinas do que parece ser petróleo, a centenas de metros de profundidade e estendendo-se por quilômetros.
A BP nega que haja evidências de manchas submarinas, afirmando que o petróleo sempre tende a flutuar, mas segundo pesquisadores o petróleo dissolveu-se na água, possivelmente como resultado dos dispersantes químicos usados no combate ao derramamento.
Estima-se que mais de 3 milhões de litros de dispersantes já tenham sido despejados nas águas do Golfo do México, e seus efeitos para a vida marinha são desconhecidos.
A agência ambiental americana, EPA, exige que a BP mude os produtos químicos que vinham sendo usados.
"Parece que as futuras gerações conhecerão o Golfo como o “Mar Negro”. Marco da incompetência de uma empresa pretensiosa, do descaso com as questões ambientais, e de uma sociedade sedenta pelo lucro e pela exploração criminosa dos recursos naturais", afirma Mikael Freitas, da Campanha de Oceanos do Greenpeace no Brasil.
Fontes:
Estadão
BBC Brasil
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Greenpeace
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