sexta-feira, 2 de março de 2012

Líder rural ameaçada de morte: "Eu sei que eles vão me matar"

Depoimento de Nilcelene Miguel de Lima, líder rural ameaçada de morte por grileiros e madeireiros do sul do Lábrea (Amazonas):



Trechos do artigo Mesmo com proteção, ativista diz que será assassinada, no Blog do Sakamoto:
"Eles começaram a receber ameaças quando Nilce assumiu a presidência de associação criada pelos pequenos produtores para defender o grupo contra invasões de terra e roubo de árvores. Ao denunciar os madeireiros e grileiros, Nilce foi espancada e teve sua casa queimada em um incêndio anunciado. Em maio de 2011, teve que fugir enrolada em um lençol para despistar o pistoleiro de campana no portão. Depois de seis meses e muitos apelos da Comissão Pastoral da Terra, Nilce entrou no programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Em outubro, uma equipe da Força Nacional foi deslocada para que ela pudesse voltar para casa.

(...) Representantes do governo revelaram que eles também sofrem ameaças do crime local. Houve até um caso de agressão física contra funcionária do Incra. Mas, quando confrontado pela truculência do crime organizado, ao invés de voltar com mais força para enfrenta-la, o governo recua. Movimento que fortalece os criminosos.

Foi assim com o programa de regularização fundiária Terra Legal. Lábrea foi o primeiro município da Amazônia a receber o programa pois está no “Arco Verde” – ocupação que cerca a floresta nativa, onde avança a grilagem e extração de madeira. Mas o processo foi adiado. Devido a ameaças, a empresa contratada para o georeferenciamento não cumpriu o contrato e o governo abriu nova licitação.

Até hoje, nenhum título foi entregue. Pior: o conflito se agravou. Depois de iniciado o processo, a corrida pela terra se intensificou."
Mais informações: leia a reportagem de Ana Aranha em apublica.org.

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