fundado por ela em 1977
A bióloga, ambientalista, defensora dos direitos humanos, feminista e Prêmio Nobel da Paz Wangari Maathai faleceu ontem à noite, vítima de câncer.
Ela nasceu em 1940 em Nyeri, no Quênia.
Em 1960, como parte de programas relacionados com a independência do Quênia, Maathai foi um dos 300 estudantes quenianos a receber bolsas de estudos nos Estados Unidos (assim como o pai do presidente Barack Obama).
Graduou-se em biologia no Mount St. Scholastica College, no Kansas, em 1964. Cursou mestrado na Universidade de Pittsburgh, e doutorado na Alemanha (universidades de Giessen e Munique) e na Universidade de Nairóbi.
Foi a primeira mulher na África Ocidental e Central a obter o título de doutora.
Professora na Universidade de Nairóbi, tornou-se também a primeira mulher a presidir um departamento em uma universidade no Quênia.
Ela foi membro da Cruz Vermelha, tornando-se diretora da sede em Nairóbi em 1973.
Foi também diretora do Environment Liaison Centre (criado após a Conferência de Estocolmo), em 1974.
Em 1977, Maathai fundou o Movimento Greenbelt (“Cinturão Verde”), ONG sem fins lucrativos que tem como missão "fortalecer comunidades em todo o mundo para proteger o meio ambiente e promover bons governos e culturas de paz".
O Movimento começou encorajando mulheres em áreas rurais do Quênia a plantar árvores, combater o desmatamento e restaurar a paisagem, melhorando a qualidade de vida através de acesso a água limpa, lenha, frutos e outros recursos.
Ainda em atividade, a organização já plantou mais de 40 milhões de árvores e capacitou mais de 30 mil mulheres.
“Não se pode proteger o meio ambiente a menos que se dê poder às pessoas, dê informações a elas e as ajude a entender que esses recursos são delas e que elas devem protegê-los.”
Maathai foi também uma líder no combate ao autoritarismo do regime do ex-presidente Daniel Arap Moi nas décadas de 1980 e 1990.
Por sua luta a favor do meio ambiente e da democracia e contra a corrupção em seu país, a ativista sofreu violência policial, foi presa várias vezes e recebeu ameaças de morte.
Após o advento do multipartidarismo no Quênia e a eleição de Mwai Kibaki, em 2002, ela foi eleita membro do Parlamento e se tornou secretária de Estado para o Meio Ambiente, ocupado o cargo de 2003 a 2005.
Em 2004, Wangari Maathai recebeu o Prêmio Nobel da Paz por "sua contribuição ao desenvolvimento sustentável, à democracia e à paz".
Ela foi a primeira mulher africana e primeira ambientalista a receber o prêmio.
Seu trabalho inspirou a Campanha 1 Bilhão de Árvores do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), lançado em 2006.
11 milhões de árvores já foram plantadas em todo o mundo, como parte da campanha.
Além do Nobel da Paz, Maathai recebeu muitas outras homenagens, como o Légion d'Honneur da França em 2006, o Prémio Nelson Mandela para a Saúde e Direitos Humanos em 2007 e a Ordem do Sol Nascente do Japão em 2009.
Ela também recebeu doutorados honoris causa de diversas universidades.
Em 2005, foi eleita como o primeiro presidente do Conselho Econômico, Social e Cultural da União Africana. No mesmo ano, foi nomeada Embaixadora da Boa Vontade para os Ecossistemas Florestais da Bacia do Congo.
Em 2009, foi nomeada mensageira da paz pela ONU.
Em 2010, tornou-se administradora da recém-criada Fundação para a Educação Ambiental da Floresta de Karura, por cuja proteção vinha lutando há décadas.
Atualmente, era membro do Conselho da Associação de Parlamentares Europeus com a África (AWEPA).
“O problema é que ainda achamos que os nossos recursos durarão para sempre. Sem elevar o nosso nível de consciência ética, não poderemos entender que esse nível de vida tão elevado para poucos em detrimento de muitos não pode seguir adiante. No meu país, o Quênia, pelo menos 10% das pessoas vivem desperdiçando recursos porque querem imitar o nível de vida do mundo rico. Os recursos não são suficientes. Os países ricos exploram os recursos naturais dos pobres, e os poucos ricos dos países pobres fazem o mesmo. A nossa forma de lutar contra a pobreza é lutar contra esta forma de hiper-consumo não apenas no mundo industrializado, mas também nos países em desenvolvimento onde lamentavelmente estamos copiando o mundo rico em detrimento do nosso povo.”(Wangari Maathai, em entrevista realizada em outubro de 2007)
O documentário de 2008 "Taking Root: The Vision of Wangari Maathai", dirigido por Alan Dater, conta a história desta mulher incrível.
(veja o trailer - infelizmente, sem legendas)
Um de seus livros publicados é a autobiografia Inabalável, de 2007, disponível no Submarino.
Descanse em paz, Wangari Maathai!
Obrigada por ter existido!
"Eu serei um beija-flor." (Wangari Maathai)
(postagem escrita com informações do New York Times e da Wikipedia)
Um comentário:
Oi Mari Lee! Amei esta reportagem sobre Wangari Maathai, pois sou professora do ensino fundamental nas séries inicias em Rondônia e esta semana vou trabalhar sobre o Dia da àrvore e escolhi o livro "Plantando árvores do Quênia" você conhece? É maravilhoso. Esta sua reportagem vai me ajudar e muito! obrigada! Realmente a Wangari Maathai, faz a gente chorar de emoção pelo belo exemplo a ser seguido..Obrigada pela reportagem e amor à natureza, se quiser pode ir me visitar no meu blog!
http://ensinarexigealegria1.blogspot.com.br/
Érica
Postar um comentário