quinta-feira, 28 de julho de 2011

Prefeitura de São Paulo quer nos convencer de que é "verde"

Não sei como a Prefeitura de São Paulo não sente vergonha de veicular um anúncio destes (eu sinto!):

anúncio da Prefeitura de São Paulo veiculado na edição 648 da revista Carta Capital
"São Paulo é cheia de atrações, mas o que fez a cidade ser escolhida para sediar
o 4º Climate Summit foi o seu cuidado com o meio ambiente"

(Anúncio da Prefeitura de São Paulo veiculado na edição 648 da revista Carta Capital)

Claro! É só olhar para o horizonte colorido em belos tons de cinza e marrom ou passar perto do nosso perfumado rio para ver o quanto São Paulo cuida do meio ambiente!
[/sarcasmo]

Desde domingo, minha rinite (com a qual eu pensava estar acostumada) está me deixando louca!

E, enquanto nosso digníssimo prefeito libera "ciclofaixas de lazer" (só aos domingos, veja bem!) e planta arvorezinhas uma arvorezinha no Dia da Terra, o transporte público vai mal, cerca de mil novos carros entram em circulação a cada dia (e isto é comemorado!), e os jornais publicam notícias do tipo:

Kassab descumpre sua própria lei do clima
A gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) desrespeita a legislação ambiental que ela mesma criou há dois anos. A lei de Mudanças Climáticas do município exigia que em junho de 2011 os 96 distritos da cidade tivessem pelo menos um ecoponto, local de entrega voluntária de pequenos volumes de entulho. E que a coleta seletiva virasse obrigatória em toda a cidade. Porém, há apenas 42 ecopontos em funcionamento. Só as pequenas obras na capital devem produzir 12 mil toneladas de resíduos todos os dias. Deste total, apenas 5.200 chegam aos aterros oficiais do município. No que se refere à coleta seletiva, a gestão Kassab capta de forma voluntária apenas 155 toneladas diárias de resíduos para reaproveitamento. Essa quantia representa menos de 1% das 17 mil toneladas de lixo produzidas diariamente em São Paulo
FSP, 27/7, Cotidiano, p.C4.

Promessas verdes
"Em meados de 2009, a gestão do prefeito Gilberto Kassab aprovou na Câmara Municipal de São Paulo a Lei de Mudanças Climáticas. De acordo com ela, o governo da cidade passava a assumir uma série de compromissos na área ambiental. Passados dois anos, à luz dos resultados obtidos, o saldo não é nada positivo. A prefeitura está em dívida flagrante com a legislação que ela própria criou. A não ser que se tome o documento como peça de ficção, ou como gesto inconsequente de adesão à onda verde que varre o planeta, o mínimo que se pode dizer é que a iniciativa da prefeitura foi tratada de forma leviana por seus autores. É mais preocupante quando se sabe que o secretário do Meio Ambiente da atual gestão, Eduardo Jorge, do PV, desponta como nome preferido do prefeito para concorrer à sua sucessão"
editorial - FSP, 28/7, Editoriais, p.A2.

Nova Marginal fica sem verde, tecnologia e acessibilidade
O complexo da Nova Marginal do Tietê, em São Paulo, foi concluído ontem com a inauguração da Ponte Estaiada Governador Orestes Quércia, mas sem a tecnologia prometida. A construção também não respeita as exigências ambientais previstas, como deixar a via mais verde ou melhorar a vida de quem anda ali a pé ou de bicicleta. Mesmo assim, o investimento na Nova Marginal já chega a R$ 1,75 bilhão, 75% a mais do que o orçado inicialmente. O projeto foi lançado em junho de 2009 pelo então governador José Serra (PSDB). Outras promessas também ficaram no papel. O projeto desrespeita exigências feitas pelo município para a obtenção da licença de instalação, como a criação de barreiras acústicas para diminuir o ruído perto de escolas, hospitais e residências
OESP, 28/7, Metrópole, p.C1 e C3.

Gestão Kassab recicla menos de 1% dos resíduos de São Paulo
O governo de São Paulo regulamentou, em 2010, a lei de Mudanças Climáticas. As metas principais eram criar ecopontos, para os 96 distritos da cidade, e tornar a coleta seletiva obrigatória. No entanto, os resultados atuais mostram que a gestão Kassab não prioriza a legislação ambiental. Na prática, nenhuma das metas estipuladas para junho de 2011 foram cumpridas. Um dos objetivos era que cada um dos 96 distritos da cidade tivessem, no mínimo, um ecoponto. Porém, há apenas 42 ecopontos em funcionamento.
Os aterros oficiais do município recebem diariamente 5.200 toneladas de lixo, mas o número de resíduos produzidos diariamente é muito maior, de forma que predominam na cidade a criação de depósitos ilegais de entulhos. Há, pelo menos, 1.500 pontos de depósitos não autorizados em todo o território paulistano. Em relação à coleta seletiva, a negligência também é preocupante. A cidade de São Paulo recicla menos de 1% das 17 mil toneladas de lixo produzidas. Apenas 155 toneladas de resíduos são reaproveitadas diariamente.
Redação CicloVivo, 28/7

Um comentário:

Amarin disse...

Olá Mari Lee!

Interessante blog, parabéns!

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Anselmo