Nesta semana, enquanto os olhos dos ambientalistas estavam voltados para a COP16 em Cancún, os ruralistas entraram com um pedido na Câmara dos Deputados para votar regime de urgência para o Código Florestal, que colocaria a votação do projeto de alteração do Código como prioridade, numa tentativa de aprovar o projeto ainda este ano.
Tentaram incluir a votação da urgência na última terça (dia 07), porém a discussão sobre a urgência de votar a legalização dos bingos (outro assunto "urgente", não é mesmo?) adiou essa discussão. Ficou acordado que a urgência do código será votada na próxima terça, dia 14. Segundo boatos, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT/SP), teria concordado com essa votação em troca de apoio dos ruralistas a seu nome para a presidência da Câmara.
Eu já escrevi bastante aqui neste blog sobre os problemas da mudança no Código Florestal. É só seguir o marcador "código florestal" para se informar, ou então clique aqui e veja uma postagem que resume a questão.
Este é um assunto muito sério.
A votação do Substitutivo ao Código Florestal não é urgente; é prematura e irresponsável!
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e um grupo de cientistas estão elaborando outras propostas para alterar o Código Florestal, como os ruralistas dizem ser necessário, porém de maneira mais responsável.
O projeto que tramita na Câmara foi elaborado sem base científica, e vai na contramão dos interesses nacionais e internacionais.
O MMA, a Embrapa, várias associações de pequenos produtores (como o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e a Federação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (FETAF)), o MST, a comunidade científica (através da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), da Academia Brasileira de Ciências e de vários professores e pesquisadores de universidades como USP, UNICAMP e ESALq) e ongs ambientalistas como Greenpeace e WWF já se manifestaram contra o novo Código Florestal.
Além de ameaçar a biodiversidade e biomas já ameaçados pela agropecuária como a Mata Atlântica, o Cerrado e a Amazônia, as mudanças no Código florestal ameaçam nossos recursos naturais, como a água que bebemos e o abastecimento de energia elétrica, e a médio prazo terão impacto negativo também na agricultura.
(retirado do site do governo do Pará)
Manifeste-se contra a "urgência" da votação do novo Código Florestal!
Você pode começar entrando em contato com o deputado Cândido Vaccarezza, no telefone 61-3215-5958 ou aqui, por e-mail.
Através desse mesmo dite, da Câmara, é possível enviar e-mail para todos os deputados.
Vale a pena falar também com o ministro Alexandre Padilha, que cuida da relação do governo com o Congresso, e deve estar sabendo do acordo. O telefone é (61) 3411.1585 e o e-mail é sripr@planalto.gov.br .
Ligue para os números abaixo e peça: "Por favor remova o pedido de urgência do seu partido da votação do Codigo Florestal"
Dep. Paulo Bornhausen (DEM) - (61) 3215-9262
Dep. João Almeida (PSDB) - (61) 3215-9345
Dep. Sandro Mabel (PR) - (61) 3215-9550
Dep. João Pizzolatti (PP) - (61) 3215-9421
Dep. Paulo Pereira da Silva (PDT) - (61) 3215-9700
Dep. Jovair Arantes (PTB) - (61) 3215-9502
Dep. Hugo Leal (PSC) - (61) 3215-9761
Dep. Fernando Coruja (PPS) - (61) 3215-9600
Dep. Henrique Eduardo Alves (PMDB) - (61) 3215-9180
Dep. Vanessa Grazziotin (PCdoB) - (61) 3215-5587
A FUNVERDE e a ong Chauá pedem para fazermos pressão na mídia, entrando em contato com grandes redes de comunicação (que até o momento têm dado muito mais espaço para os políticos ruralistas aparecerem defendendo o projeto).
Veja neste link como enviar mensagens para redes de televisão a editoras de revistas, e uma sugestão de mensagem.
Você pode enviar também mensagens a alguns dos deputados pelo Twitter:
@moreiramendes23 @jovair_arantes @pizzolatti @liderPPnaCamara @deputadavanessa @sandromabel @depHugoLeal @bornhausen @colattodeputado
E, claro, conscientizar seus amigos e contatos sobre o que está acontecendo. É o seu país também!
(Foto: Janine Moraes)
Alguns manifestos já publicados contra a alteração do Código Florestal:
2010 - Petição para Salvar o Código Florestal Brasileiro - AVAZ.org - mais de 150mil assinaturas (se ainda não assinou... assine agora!
10/2010 - Manifesto de apoio ao ao documento-síntese produzido por pesquisadores do Programa Biota/FAPESP e ABECO - Programas de Pós-Graduação em Ecologia e Meio Ambiente do Brasil
09/2010 - Manifesto contra a Degradação do Código Florestal - 33 Insituições e 2100 cidadãos (você também pode assinar!)
08/02/2010 - Manifesto em defesa do código florestal e da política nacional de meio ambiente - Coletivo de Entidades Ambientalistas do Estado de São Saulo
25/06/2010 - Carta das duas principais instituições científicas do Brasil, contrárias às alterações do código florestal - SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e Academia Brasileira de Ciências
01/07/2010 - Carta de alerta sobre as propostas de substitutivo ao código florestal - Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas
01/07/2010 - Manifesto dos movimentos sociais contra mudanças no Código Florestal Brasileiro - Movimentos sociais, sindicais e entidades ambientalistas, além de personalidades e intelectuais
18/08/2010 - Manifesto pela manutenção do Código Florestal – ABRAMPA (Associação Brasileira do Ministério Público de Meio Ambiente)
19/08/2010 - Nota da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil em defesa do atual Código Florestal - CNBB
27/08/2010 - Questionário sobre alterações no código florestal, enviado aos presidenciáveis - Associação Ambientalista Copaíba, Fundação SOS Mata Atlântica, Greenpeace, GAMBA, Instituto Ambiental Vidagua, ICV, Imaflora, ISA, Mater Natura, Mira-serra, Rede de ONGs da Mata Atlântica, WWF-Brasil
19/09/2010 - Carta-Manifesto em defesa do Código Florestal Brasileiro - ONG Meio Ambiente Equilibrado (MAE), Promotoria do Meio Ambiente de Londrina (Ministério Público Estadual), Procuradoria da República em Londrina (Ministério Público Federal), LABRE-UEL, Conselho Municipal do Meio Ambiente de Londrina (CONSEMMA), Comissão Pastoral da Terra (CPT), MST, Instituto Ecometrópole, Fazenda Bimini, Ong Tudo Verde
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