No próximo dia 11, deve ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal uma ação que pode dar às grávidas de fetos com anencefalia (ausência de cérebro) o direito de abortar.
Como toda discussão sobre o direito ao aborto, esta ação está causando polêmica, principalmente devido a religiosos que querem impingir suas crenças a toda a sociedade. Campanhas mentirosas, inclusive, têm se alastrado pelas redes sociais, como fotos de crianças com deficiências sorrindo e frases como "fulaninha é anencéfala. Ela tem tanto direito à vida quanto uma criança normal".
Deveria ser óbvio mas, só para deixar claro: NÃO, fulaninha não é anencéfala.
Um feto sem cérebro não é a mesma coisa que um feto com uma deficiência.
Sem cérebro, não se sente. Não se pensa. Não se respira.
A chance da criança sobreviver após o nascimento é ZERO.
Manter a gravidez de um feto anencéfalo pode ser comparado a manter uma pessoa com morte cerebral respirando por aparelhos.
Se a sua religião é contra qualquer tipo de aborto, que as mulheres da sua religião não abortem. Obrigar todas as mulheres a carregar em seu ventre durante meses um feto que nascerá morto é crueldade!
E além de todo o sofrimento, a gestação e o parto de fetos anencéfalos trazem mais riscos para a mãe que uma gestação comum.
Mas, antes de tudo isso: se a lei permite o desligamento de aparelhos quando constatada morte cerebral, não há razão lógica para não permitir o aborto de anencéfalos.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
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